Os termos Mobile first e Mobile Only, embora recentes, já são comuns para quem trabalha com marketing e comunicação.
Entretanto, a quantidade de empresas que não compreenderam a importância de realizar essa troca de abordagem – e para todos os seus pontos de contato digitais – não é pequena.
Nesse artigo, vou apresentar alguns motivos do porquê essa transição de Mindset é tão vital, inclusive para empresas B2B e de Telecom.
O que significa ser Mobile First?
A definição mais simples do conceito de mobile first é a de seu criador, Luke Wroblewski, diretor de produtos do Google. Podemos traduzir para “dispositivos móveis em primeiro lugar”.
Uma organização com abordagem Mobile First planeja seu marketing e pontos de contato digitais (como seu site), primeiro para dispositivos móveis, e depois os adapta para o desktop.
Mais recentemente, surge o conceito de Mobile Only, ou “dispositivos móveis apenas’’. Ele traz a ideia de criar estratégias específicas para dispositivos móveis, como vendas por voz, por exemplo.
Essas abordagens fazem sentido quando analisamos o crescimento gigantesco do uso de dispositivos móveis, tanto no Brasil quanto no mundo.
O consumidor é mobile first
O principal motivo para seu marketing ser mobile first é o consumidor, dados de 2017 já apontavam que o brasileiro utiliza majoritariamente dispositivos móveis.
É válido mencionar que estes são dados relativamente antigos, anteriores aos da crise causada pela Covid-19 forçar nossa sociedade para o isolamento social – e trabalho remoto.
Uma pesquisa mais recente, da FGV, de maio de 2021, aponta que atualmente existem 346 milhões de dispositivos portáteis no Brasil (celular, notebook, tablet). Em um país com 211 milhões de habitantes.
Seus colaboradores trabalham de dispositivos mobile
Também segundo o relatório da FGV, a pandemia acelerou o uso de smartphones para trabalho. Isso é generalizado, porém mais proeminente em alguns setores.
Os usos que mais cresceram são: aplicações de gerenciamento de equipes, banking e prestação de serviços em modalidade tele presencial – para saúde, educação, varejo etc.
Outro estudo interessante é o “The Born Digital Effect”, da Citrix. Um dos seus insights é que jovens profissionais (millenials e Geração Z), e seus líderes vivem em mundos digitais diferentes.
O resultado não poderia ser mais claro. O estudo aponta que 81% dos funcionários gostam e utilizam de aplicativos de mensagens instantâneas como Slack ou WhatsApp para fins profissionais, enquanto apenas 21% dos líderes de negócios fazem o mesmo.
Será que essas empresas estão pensando em experiências de trabalho focadas em Mobile? Provavelmente não.
É claro que isso vai além de simplesmente uma discussão de mobile x desktop, é uma conversa que envolve cultura empresarial, e a forma que os líderes enxergam o futuro de suas organizações.
Ainda assim, as companhias que descobrirem como melhor trabalhar e integrar seus colaboradores Mobile first terão uma vantagem, inclusive em contratação.
Um estudo da IDC indica que 60% da força de trabalho dos EUA será composta de trabalhadores móveis até 2024. Trabalhadores móveis sendo aqueles habilitados com dispositivos móveis (smartphones, tablets, etc.) para concluir suas tarefas e fluxos de trabalho atribuídos.
Conclusão
Os computadores continuarão sendo uma importante ferramenta e formato pelo futuro previsível, mas o tempo de sua hegemonia sobre os canais digitais acabou. Isso é um fenômeno que vai além do marketing e comunicação.
Tanto quando pensando em pontos de contato com o consumidor final, quando analisando a forma que seus colaboradores trabalham, novas estratégias, processos e experiências focadas no formato mobile são cruciais para qualquer empresa poder prosperar nessa nova década.